domingo, 26 de agosto de 2012

Gen - Pés Descalços. Representação do cotidiano japonês durante a Segunda Guerra Mundial

A obra "Gen - Pés Descalços" é um referencial no uso do mangá com fins de transformação social. Criado em 1970, teve como objetivo conscientizar as pessoas sobre o terror da bomba atômica. Diferente da história "oficial", que aborda a Segunda Guerra Mundial num viés político e militar, a narrativa de Gen nos trás a história sob a ótica dos civis (um garoto de 6 anos, para ser mais exato) Segue um texto sobre o mangá, e no final da postagem, você poderá assistir a animação baseada no mangá..

Pés descalços: Saiba mais sobre a série de quadrinhos de Keiji Nakazawa sobre Hiroshima
Bianca Nunes

O apocalipse se abateu sobre Hiroshima em 6 de agosto de 1945. Um observador que caminhasse pelas ruas da cidade japonesa veria pessoas queimadas, implorando por água e socorro. Cadáveres lotavam as calçadas, um cheiro podre empesteava o ar e o fogo consumia as casas. No meio do caos provocado pelo primeiro ataque com uma bomba atômica da história, o menino Keiji Nakazawa, de 6 anos, lutava para sobreviver ao lado da mãe e da irmã, nascida minutos após a explosão.
A bomba destruiu sua casa e um incêndio matou seu pai e dois de seus irmãos. Keiji não teve tempo de ficar triste. Ele precisava ser forte para procurar comida enquanto seus cabelos começavam a cair. Com muita garra e alguma sorte, sobreviveu o suficiente para, em 1972, encarar os fantasmas atômicos e começar a desenhar tudo o que viu e viveu.[...]
A história em quadrinhos começa em abril de 1945, quando a família Nakaoka trabalhava em sua humilde casa em Hiroshima, plantando trigo e fabricando chinelos de madeira para vender. Gen vivia com o pai, Daikichi, a mãe grávida, Kimie, e dois dos quatro irmãos - os mais velhos estavam em campos de trabalho no interior. Eram tempos duros, de racionamento de comida.
Em um momento de grande mobilização nacional, o pai de Gen não escondia de ninguém o quanto odiava a guerra. Logo passou a ser visto como traidor e seus filhos sofreram represálias nas ruas e na escola. Daikichi foi preso e torturado. Na volta para casa, descobriu que não tinha mais clientes nem amigos. Numa das noites, o jantar foi espetinho de gafanhotos. Na outra, já não havia o que comer. Os filhos chegavam a sonhar com bolinhos de arroz.[...]
Na introdução da série, o autor escreve que, quando se tornou cartunista, tudo o que não queria era escrever sobre a bomba. Isso mudou em 1966, quando sua mãe morreu e ele descobriu que ela estava quase sem ossos por causa da radiação. Chegara a hora de encarar o trauma. "O ódio ferveu dentro de mim e pela primeira vez eu me confrontei com a bomba. Então fui tomado pelo desejo de escrever sobre ela", afirma Keiji, que hoje tem 70 anos. "Sentia como se minha mãe estivesse me dizendo para revelar a verdade aos povos do mundo."
Sua mensagem é clara: "Não devemos permitir que Hiroshima e Nagasaki aconteçam de novo". E ele conseguiu transmiti-la. Em 1976, voluntários japoneses e estrangeiros criaram o Projeto Gen para organizar as primeiras traduções da obra para o inglês. Os livros ganharam versões para cinema, desenho animado e até mesmo ópera. "Muitas pessoas descobriram sobre o horror da bomba por meio do livro", diz Steve Leeper, presidente da Fundação para a Cultura e Paz de Hiroshima. "O fato de ser HQ o torna ainda mais poderoso, pois pode ser mais explícito. É difícil imaginar alguém que leu Gen e não deseje o fim das armas nucleares."

fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/pes-descalcos-saiba-mais-serie-quadrinhos-keiji-nakazawa-hiroshima-685924.shtml





quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Grande Depressão e Os Três Porquinhos

Segundo o o professor Wagner Pinheiro Pereira, doutor em História pela USP (Universidade de São Paulo) e autor do livro "24 de Outubro de 1929: A Quebra da Bolsa de Nova York e a Grande Depressão", a animação de Walt Disney, "Os Três Porquinhos" de 1933 é "uma metáfora para a construção do homem novo", com o Lobo Mau representando a Crise de 1929. 

Nesse sentido, Maurício R. Silva Filho e Leandro Machado afirmam que:

"Walt queria que os porquinhos cantassem, enquanto construíam suas casas. O resultado foi “Quem tem medo do lobo mau”, uma canção que saiu diretamente das bocas dos três porquinhos para o topo das paradas de sucesso, enquanto se transformava no hino nacional extra-oficial da era da Depressão e também em um dos empreendimentos mais rentáveis de Disney. Embora a forte mensagem moral da canção fosse entoada pelo porquinho esperto em um verso que exaltava as virtudes do trabalho árduo, era com o refrão ingênuo dos porquinhos – Quem tem medo do Lobo Mau? – que todos se identificavam. Essa mensagem de recusa a se entregar ao medo teve tamanha penetração, que muitos acreditavam ter sido a inspiradora de um dos mais memoráveis slogans de mobilização da era da Depressão, de autoria de Roosevelt: “A única coisa
que devemos temer é o próprio temor”. "

Fontes: http://www.artedeeducarcomarte.com.br/apostila_aea_cinema.pdf
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u642386.shtml  


Vamos ver a animação:



Atividade
 

Em relação a esse "novo homem" que, segundo o texto, a animação busca construir, identifique:
a) Valores desejáveis

b) Valores condenáveis

terça-feira, 29 de maio de 2012

Coronelismo e Neocoronelismo

As práticas políticas construídas na chamada Primeira República continuam presentes em nosso contexto. Vamos ver um texto retirado do blog Leitura de Conjuntura sobre o assunto:


O Neocoronelismo

A sociedade tem construído diferentes formas de organização ao longo da história, porém, é público e notório a retomada de antigas doutrinas políticas e econômicas, como o caso do neoliberalismo, que advém do antigo liberalismo.
Analisando algumas situações não podemos deixar de notar a retomada de uma antiga prática, o coronelismo, que ainda persiste e principalmente nas regiões com o baixo IDH de nosso país e estado também.
O coronelismo trazia junto consigo a prática do “voto de cabresto” realizado pela figura do coronel que era um grande fazendeiro, que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição daqueles que apoiava. Tal prática era desenvolvida no início da república. O coronel utilizava diferentes meios para pressionar o eleitorado de seu “curral eleitoral”, até mesmo a força bruta para manter no poder aqueles que defendiam seus interesses para estabelecer uma rede de troca de favores.
O que acontece é que nos dias atuais tais práticas ainda persistem. O coronelismo ainda pode ser identificado nos dias atuais quando se utiliza alguns métodos para se controlar o voto das pessoas. Então, podemos utilizar o termo neocoronelismo.
Ainda ocorrem práticas de controle do eleitorado, como pagar pelo voto e anotar o número do título, zona e seção eleitoral, como forma de pressão para controlar famílias, comunidades, bairros e etc. Desta forma, depois da eleição o candidato confere se os votos de cada seção confere com aqueles que havia combinado e anotado. É uma forma eficiente de pressão psicologica e muito eficaz com a população mais carente.
Existem ainda diferentes formas de pressões e retaliações por parte de quem detém o poder econômico e político, como a pressão sobre o funcionalismo público e privado, já que em alguns casos empresários usam diferentes práticas para que seus empregados votem de acordo com sua orientação.
Há também a pressão psicológica do já ganhou! Onde o indivíduo teme votar em candidato que não ganhe a eleição e sofra retaliações. E também o tão utilizado paternalismo, onde se constrói relações de troca de favores e se cobra com o voto o favor recebido na área da saúde, educação, assistência e etc.
Analisando um pouco o que comentamos, surge a pergunta: Até onde vai a liberdade do ser humano e o sistema que chamamos de democracia?


fonte: http://leituradeconjunturas.blogspot.com.br/2012/03/o-neocoronelismo.html








Atividades

1) Qual a diferença entre as praticas Coronelistas e as Neocoronelistas?

2) Explique a charge acima, destacando a relação entre o voto secreto e a democracia.

3) Você acredita que existem relações neocolonialistas em sua cidade? Explique.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A Decifração dos Hieróglifos

Os hieróglifos foi uma forma de escrita utilizada no Egito Antigo. Devido ao desuso, nem mesmo os egípcios sabiam interpreta-los, de modo que somente no século XIX foram traduzidos por Thomas Young Chapollion, grande conhecedor da cultura egípcia. A tradução dos hieróglifos foi possível por conta da Pedra de Roseta, uma gigantesca pedra contendo um texto escrito em 3 formas: hieróglifos, demótico e grego. A partir daí foi possível traduzir os hieróglifos egípcios e associa-los a uma letra do alfabeto latino, resultando no seguinte esquema:



Princípios Iluministas na Constituição Federal Brasileira


Os princípios discutidos pelos pensadores iluministas no século XIX orientaram a formação de muitos Estados modernos, inclusive o Brasil. Vamos ver alguns trechos do principal documento legal brasileiro:

Constituição da República Federativa do Brasil - 1988

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

Atividade
Identifique no texto, trechos que remetam aos seguintes princípios iluministas:
a) Liberdade de expressão
b) Liberdade religiosa
c) Divisão do governo em três poderes
d) Soberania popular
e) Educação Gratuita
f) Educação voltada para o trabalho
g) Educação como responsabilidade do Estado

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Territorialidade negra como resistência ativa


SANTOS, Silvio Coelho dos; NACKE, Aneliese; REIS, Maria José (Orgs.). São Francisco do Sul: muito além da viagem de Gonneville. Florianópolis: Editora da UFSC, 2004. 247 p.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Fim da Escravidão no Brasil




Atividade:

Qual a relação da charge com o processo de abolição da escravatura no Brasil?